Bootcamp - 4 dicas para depois do bootcamp

Depois do Bootcamp: 4 dicas

Contextualizando: O que é Bootcamp?

Bootcamp é uma espécie de treinamento imersivo para aprendizagem intensiva e acelerada.

Neste artigo, falaremos dos bootcamps na área de TI (sobretudo programação), onde mesmo alunos sem qualquer conhecimento técnico podem sair aptos a trabalhar na área.

Normalmente, um bootcamp é um revezamento de aulas teóricas e práticas, incluindo desafios que forçam os alunos a praticarem e fixarem uma quantidade enorme de informações.

As maiores promotoras de bootcamps na área de tecnologia são as próprias empresas, pois precisam formar profissionais para preencher suas vagas. E isso tem sido cada vez mais desafiador.

Essas empresas tendem a incluir no bootcamp exatamente as tecnologias que ela utiliza no seu dia a dia. Por isso, há grandes chances de os alunos saírem do treinamento empregados.

E depois do Bootcamp?

O que quase ninguém fala é como “tocar a vida” após participar de um bootcamp.

Afinal, na área de TI o aprendizado é contínuo, e um bootcamp nada mais é do que o primeiro dia de aula de uma longa escola…

Aqui nesse post, vamos compartilhar situações reais que todos nós, profissionais de TI, passamos durante nossa jornada, com ou sem bootcamp.

Conviva com a síndrome do impostor

Síndrome do impostor é quando um profissional se sente despreparado para uma tarefa que considera básica para o seu cargo. Quando mais acentuada, o profissional sente que não deveria estar ocupando sua cadeira.

Algumas profissões são tão previsíveis que um sentimento desses realmente é sinal de problemas.

Mas definitivamente NÃO é o caso da área de TI, sobretudo em desenvolvimento de sistemas! Um certo professor meu dizia que “o trabalho do profissional de TI é fazer aquilo que ele não sabe“.

E nos meus 15 anos de profissão, posso afirmar: ele tinha razão. Basta olhar como nós dependemos do Google e do StackOverflow, por exemplo.

Então, acaba sendo normal esse tipo de sentimento, principalmente no início de um cargo novo.

O remédio: dar tempo ao tempo, abusar do Google, da própria flexibilidade e saber aprender todo santo dia.

Dê tempo ao tempo. Não espere virar mestre de uma vez só!

Bootcamps são treinamentos extremamente densos. Então, num primeiro momento, o foco do aluno deve ser a descoberta, e não a fixação.

Isto é como ir catalogando a existência de várias espécies de ferramentas, comandos, técnicas, etc. E deixar para entender cada detalhe delas posteriormente.

Tentar aprofundar em tudo logo de cara pode gerar um problema grave de ansiedade.

Com o passar dos meses, a sua própria rotina vai dizer o que você deve aprofundar, e em que ordem.

E para fazer o aprofundamento é que existem tutoriais e documentações técnicas. Use e abuse, mas sem ansiedade.

Ir além dos comandos

IMPORTANTE! Essa última dica é para quem realmente quer ser um(a) profissional.

Qualquer aluno de colégio consegue aprender e usar comandos técnicos isolados. Porém, tornar-se profissional é mais trabalhoso

Para isso, você deve ir além dos comandos e frameworks. Deve pensar nas estruturas do que está construindo. Isto é, na arquitetura dos seus sistemas, e nas boas práticas da ferramenta com que trabalha.

Esse é o principal pilar do meu livro: Como ser um desenvolvedor acima da média.

Eu o escrevi para compartilhar os macetes da profissão, e turbinar a carreira de quem realmente quer ser um Dev bom!

Acredite: ir além dos códigos, e pensar na estrutura deles, faz toda a diferença no nível do seu trabalho!

Prepare-se para ser PJ

Quanto mais você subir de cargo (e de salário) maior será a proporção de vagas PJ em relação às CLT.

Isso ocorre porque o regime PJ permite a otimização dos impostos, tanto para o patrão quanto para o trabalhador.

E numa área marcada por escassez de profissionais e altos salários, como é a de TI, esse artifício faz muita diferença da viabilidade de um negócio.

Portanto, você deve pelo menos entender o regime PJ para avaliar prontamente as oportunidades que surgirem.

Como? Nossa Calculadora CLT x PJ (em excel simples) com certeza vai deixar bem clara a parte dos impostos. 😉

Além disso, no YouTube há vídeos que explicam a parte burocrática da coisa, para você ter toda segurança ao tomar qualquer decisão. São poucos, mas cirúrgicos.

Espero que tudo isso faça a diferença na sua carreira!

Sucesso!

Avalie
4 votos. Média: 1,00.

Posts Relacionados

Previdência Privada vs Previdência Social (INSS)

Previdência Privada ou Previdência Social (INSS)

Conheça aqui as principais diferenças entre a Previdência Social (INSS) e Previdência Privada, em forma de tópicos.

*Previdência Social é uma assistência social oferecida pelo Governo através do INSSInstituto Nacional do Seguro Social.

Previdência Privada vs Previdência Social (INSS)

O dinheiro tem dono?

INSS (Previdência Social): Quem está na ativa contribui, e quem já contribuiu recebe. O INSS assume o risco de sustentar todo mundo, como numa pirâmide financeira.

Previdência Privada: Absolutamente todas as contribuições depositadas ficam numa conta atrelada ao CPF do contribuinte. Cada um faz sua própria previdência.


INSS: Os recursos não têm dono. Servem para pagar os aposentados, acidentados e doentes.

Previdência Privada: Os recursos são só do contribuinte, e passam automaticamente para seus herdeiros.


Quem promove?

INSS: Instituição mantida pelo Governo Federal, para oferecer aposentadoria, auxílio-doença e seguros sociais em geral.

Previdência Privada: Produto financeiro oferecido por bancos.


Onde fica guardado ou investido?

INSS: O investimento dos recursos (quando há sobras para investir) é bem limitado e fica sob controle do Governo.

Previdência Privada: O contribuinte decide em quais tipos de investimento aplicar seu dinheiro, desde renda fixa até ações.


Como funciona?

INSS: Recebe dinheiro dos contribuintes, e dá dinheiro aos segurados. Pode gerar déficit ou superávit.

Previdência Privada: O ideal é que o segurado apenas deposite suas contribuições ao longo de toda a vida. Mas pode sacar quando quiser.


Exemplos para entender melhor:

INSS: Vaquinha coletiva para sustentar toda a população do Brasil, na velhice e na doença.

Previdência Privada: Cofrinho individual.


É obrigatório? Tem incentivos?

INSS: Contribuição obrigatória para CLT’s e opcional para PJ’s e empresários. É descontado do pagamento.

Previdência Privada: Opcional. Dependendo do plano, gera até desconto no Imposto de Renda.

Avalie
2 votos. Média: 3,00.

Posts Relacionados

Hora extra e profissionais PJ

Hora extra e profissionais PJ

Hora Extra é outro termo tipificado pela CLT.

Já no regime PJ, a existência desse adicional vai depender somente do acordo entre patrão e empregado; e/ou do contrato assinado.

Como sempre, não tem nenhuma regra ou lei que interfira no que as partes decidirem.

Como calcular horas extras de um PJ?

Eu mesmo já trabalhei como PJ numa consultoria sob as seguintes regras:

  1. O salário era um valor fixo por hora de trabalho;
  2. Todo dia eu preenchia uma planilha com os horários de entrada, almoço e saída;
  3. Após fechar o mês, o tempo de trabalho era somado e multiplicado pelo meu salário/hora.
  4. Eis aí o meu salário total naquele mês. Simples assim!

Eu gostava muito dessa metodologia, pois ela fazia meu salário acompanhar qualquer imprevisto que impactasse o meu tempo de trabalho, fosse para mais ou para menos.

Armadilhas relacionadas a hora extra

Por outro lado, um leitor deste Contrato PJ já me relatou uma situação não tão legal:

Ele havia fechado um salário/mês fixo com seu empregador, no regime PJ.

E muito frequentemente era acionado para cobrir férias de outros colegas, de forma que acabava trabalhando 12 horas por dia, sem nenhum aumento no salário fixo.

Eu o aconselhei a renegociar esse contrato com o patrão, pois o mesmo ficou desfavorável.

Concluindo, o regime PJ simula uma relação entre cliente e fornecedor.

E nesse cenário é tudo questão de conversar, pois não existe um modelo padrão nem leis interferindo.

Isso é ótimo pela liberdade que concede.

Mas só dá certo se as duas partes agirem com boa fé e bom senso.

As profissões pejotizadas naturalmente tem mercados aquecidos, altos salários e abundância de oportunidades.

Desta feita, empregadores que não se portem muito bem tendem a ser penalizados pela evasão dos profissionais bons.

Avalie
7 votos. Média: 2,00.

Posts Relacionados

Exclusividade em contratações PJ

Contratação PJ e exclusividade

Pode-se exigir exclusividade de profissionais PJ?

A questão de haver exclusividade na prestação de serviços (ou manter atividades paralelas) não tem nada a ver com ser PJ, CLT ou qualquer outra coisa.

Isso costuma ser determinado pela empresa contratante. E pode ser tanto uma questão de disciplina quanto de interesses estratégicos.

Exemplos:

  • Um CLT pode fazer serviços como free-lancer numa boa, nos finais de semana ou madrugadas;
  • Um PJ pode ser proibido de fazer qualquer atividade remunerada externa ao seu local de trabalho, por força do seu contrato de prestação de serviços.

Vale lembrar que nenhuma lei interfere no caso do PJ. Tudo é fruto de acordo entre empregado e patrão, e pode ou não constar no contrato de trabalho.

Embora o patrão possa nos dois casos chegar ao funcionário e dizer: “Para de fazer freela senão vai ser demitido!“.

Se você é uma pessoa que tem negócios paralelos, ou mesmo gosta de fazer serviços para complementar a renda, é bem importante alinhar essa expectativa ao iniciar um novo emprego, independente do modo de contratação.

Aspectos éticos

A mistura de home office com regime PJ acabam facilitando “arranjos criativos” de trabalho – coloquemos assim…

Já saiu até uma reportagem na BBC sobre pessoas trabalhando secretamente em dois empregos ao mesmo tempo.

A menos que você tenha um trabalho onde fique completamente ocioso(a), esse tipo de atitude chega a ser muito arriscado.

E eu particularmente o considero pouco ético, pois o profissional assume dois compromissos que competem diretamente pelo mesmo tempo.

É como fazer overbooking de 100% dos assentos de um avião.

O que você faz se os seus dois chefes marcarem uma reunião urgente no mesmo horário?

Ou se uma reunião passa do tempo porque o assunto está “pegando fogo”, e a outra reunião urgente do outro trabalho, com toda a diretoria, está começando impreterivelmente agora?

Causo real

Um certo amigo meu, empresário, teve um funcionário que, durante o auge da pandemia, aderiu a outro trabalho.

O resultado? Trabalhos com cada vez menos qualidade e ao final um departamento completamente zoneado…

Exclusividade em contratações PJ

Conclusão

Atividades remuneradas paralelas são uma questão de alinhamento com o contratante, e nada tem a ver com ser PJ ou CLT.

Não custa nada negociar as condições antes de assinar o contrato.

Se você assinar um contrato com cláusula de exclusividade, e quebrá-la, pode até não acontecer nada. Mas uma coisa é certa: em primeiro lugar, você está faltando com sua palavra.

Depois, está se sujeitando a advertências do empregador. Mas as consequências práticas vão depender do caso e das pessoas com quem você lida.

De qualquer forma, deixar as coisas claras para o chefe ou empregador é uma atitude nobre e só tende a aumentar a confiança entre ambos.

Por atividades paralelas, me refiro a freelas feitos à noite ou no fim de semana (inclusive ministração de aulas), mas nunca a empregos simultâneos.

Avalie
12 votos. Média: 1,58.

Posts Relacionados

Pro Labore - Profissionais PJ sao obrigados a declarar?

PJ é obrigado a tirar pro labore?

Profissionais PJ não são obrigados a retirar pro labore. 

Mas nós do Contrato PJ o recomendamos fortemente por um motivo muito simples. Entenda o porquê. 

É totalmente legal o profissional PJ declarar todo o faturamento (ou salário) como lucro de sua empresa, sem pro labores. Porém, neste caso, ele pagará 15,5% de impostos no Simples Nacional. 

Caso declare todo mês um pro labore de 28% do faturamento total, como recomendamos, o imposto da PJ cai para 6%.  

É uma diferença grande, e mais do que compensa os encargos acarretados pelo pro labore. 

A regra que determina essa variação tem nome: fator “r”, e aplica-se à maioria das profissões pejotizadas, as quais o governo chama de atividades intelectuais

Profissionais PJ não sujeitos ao fator “r” 

Corretores (de imóveis, seguros e outros) e técnicos de manutenção em geral não estão sujeitos ao fator “r”. 

Portanto, estes pagam sempre 6% na PJ independente de tirar pro labore ou não. 

Nesses casos, é recomendado declarar um salário mínimo como pro labore apenas para ter acesso aos seguros sociais em caso de acidente, doença, invalidez e afins. 

Aposentadoria com pro labore

Em ambos os casos, essa contribuição NÃO dá direito a aposentadoria por tempo de serviço. Apenas por invalidez.

Pois o INSS que pagamos é o “INSS patronal” (dos empresários), bem mais barato do que aquele pago pelos empregados CLT. 

Em face disso recomendamos o uso de previdências privadas, poupança para emergências e boa organização das finanças pessoais. 

Avalie
4 votos. Média: 2,75.

Assuntos relacionados

E quando o PJ fica doente?

E quando o PJ fica doente?

PJ tem direito a ficar doente?

Por meio do INSS, o Governo provê uma assistência a qualquer trabalhador que se veja impedido de exercer suas atividades, seja ele empregado, empresário, PJ, autônomo, etc.

Os profissionais PJ são vistos pelo Governo como empresários. Tanto que o seu INSS é pago por eles mesmos, e não pelo empregador real (diretamente).

Então, os PJ’s tem sim acesso a um seguro social caso fiquem doentes ou sofram algum acidente que lhes impeça de trabalhar.

Mas é imprescindível cumprir com um requisito:

  • Declarar pró-labore há pelo menos 12 meses, mesmo que seja com o valor mínimo. Pois é o pró-labore acarreta pagamento de INSS e garante o benefício.

Por isso recomendamos tanto aos profissionais PJ declararem pró-labore.

Importante: Esse é um benefício oferecido pelo Governo, e nada tem a ver com o patrão.

O que falar para o patrão (contratante PJ)?

Vocês precisarão conversar para decidir como tratar a situação.

E vale lembrar que o profissional, na condição jurídica de empresário, é o responsável por fazer os trâmites no INSS.

Vale lembrar também que o INSS só cobre afastamentos a partir do 16º dia. Os primeiros 15 dias do afastamento são sempre por conta do empregador, obrigatoriamente.

Só que, para o Governo, o empregador é o próprio profissional. Isto é, o seu CNPJ.

O patrão, juridicamente, é um cliente e não tem nenhuma responsabilidade no caso.

Tampouco é obrigado a pagar os primeiros dias de afastamento se não houver serviços prestados.

Por outro lado, nada os impede de ter um bom acordo para reagir a esse tipo de situação.

Conclusão

O afastamento pelo INSS só deve ser acionado em caso de um evento bem sério que impeça realmente o profissional de continuar exercendo suas atividades.

Para casos menos severos (menos de 15 dias de afastamento), ou o funcionário ou o patrão terão que assumir o ônus da indisponibilidade.

Para estes casos, veja o post “Atestado médico dá direito a abono para profissionais PJ” aqui no Contrato PJ.

Como solicitar afastamento pelo INSS?

É necessário fazer uma solicitação de afastamento pelo portal “Meu INSS“, e ter em mãos um atestado médico com afastamento superior a 15 dias.

Também deve-se pedir ao contador que cadastre o afastamento na plataforma do eSocial.

Avalie
3 votos. Média: 2,33.

Fontes:
https:// www .oitchau .com .br /blog /afastamento -pelo -inss/

Posts Relacionados